- Matheus P. Oliveira
Boogie Nights (1997) - 20 anos dessa Obra-Prima

Fonte (Imagem): The Andrew Blog
Direção e Roteiro: Paul Thomas Anderson
Elenco: Mark Wahlberg, Burt Reynolds, Julianne Moore, Heather Graham, Philip Seymour Hoffman
Em seu primeiro longa (Hard Eight, 1996), Paul Thomas Anderson (PTA) demonstrou total maestria em todos os processos de criação, dominando a mise-en-scène como ninguém. Junto à geração dos anos 90 com diretores como Quentin Tarantino, David Fincher, Todd Haynes e Wes Anderson, PTA ainda impressiona com o magnífico Boogie Nights, sua obra-prima, lançado há 20 anos atrás.
Boogie Nights foi baseado no curta-metragem The Dirk Diggler Story, de 1988, o primeiro trabalho de PTA. O personagem central da estória se chama Eddie Adams, interpretado por Mark Wahlberg. Ele é um garoto que trabalha em uma boate e acaba conhecendo o cineasta Jack Horner (Burt Reynolds), que o torna um ator de sucesso no cinema pornô. Eddie Adams se torna Dirk Diggler.
Fortemente inspirado no cineasta Robert Altman (veja Shortchuts, apesar de ser mais parecido com Magnólia), Paul Thomas Anderson explora e desenvolve a personalidade de dezenas de personagens com habilidade e cada um deles têm seu lugar na narrativa. Muitos deles passam do sucesso ao fracasso, tanto no quesito pessoal como no profissional e de certo modo procuram a redenção, seja ela em algo ou em alguém. Cada um deles esconde uma frustração, que é apresentada de forma primorosa a medida que os minutos do filme passam. É conveniente citar a personagem Amber Waves (Julianne Moore) como exemplo disso.
Close-ups, planos sequências, músicas e figurino que destacam com empenho os anos 70. É redundante, mas é preciso ser dito, Paul Thomas Anderson tem faro para estilizar suas cenas sem parecer forçadas. Muito pelo contrário, você sente uma valsa muito bem conduzida por ele, à beira da perfeição, em que todo o seu ritmo envolve o espectador e acabando por inserí-lo em uma discoteca. É um filme que necessita de estilização devido à sua época retratada.
Uns preferem Sangue Negro por sua elegância, outros preferem Boogie Nights por sua exuberância. Ao meu ver, a obra-prima consiste no fato de o realizador pôr, ao máximo, todas suas visões, habilidades e inspirações em um determinado projeto, e isso é mais visível em Boogie Nights do que em Sangue Negro.
Boogie Nights é bem dirigido e bem escrito. Sua estilização empata com sua substância. Foi indicado a Melhor Roteiro Original, Melhor Atriz Coadjuvante (Julianne Moore) e Melhor Ator Coadjuvante (Burt Reynolds). Até hoje, prestes a completar 20 anos desde seu lançamento, ainda é referência para os filmes que retratam os famosos anos 70.