top of page
  • Matheus P. Oliveira

Rede de Intrigas - A obsessão pela audiência


Fonte: Imagem ExtraNewsFeed

 

Oriundo da televisão, junto a nomes como Arthur Penn e Robert Altman, Sidney Lumet estreou sua carreira no cinema com Doze Homens e uma Sentença, de 1957. Prosseguiu com Sérpico (1973), Um Dia de Cão (1975) e O Veredito (1982) - seus filmes mais famosos. A carreira anterior de Lumet como diretor de televisão refletiu-se em Rede de Intrigas, cujo arco é genialmente construido em cima de um absurdo midiático.

Escrito por Paddy Chayefsky, Rede de Intrigas mostra o apresentador Howard Beale (Peter Finch) sendo informado sobre sua demissão por razão de seus baixos índices de audiência. Como uma forma de apelo, ele diz que que se matará ao vivo na semana seguinte. A partir disso, a audiencia que antes era baixa, passa a crescer absurdamente. As coisas tomam um rumo inimaginável e Howard se torna um problema nacional para as emissoras.

De modo simples, a prévia do incidente que alavancará a estória é conduzida. Howard Beale, em uma bebedeira com seu amigo Max Schumacher (William Holden), diz que cometerá suicídio em rede nacional. Max apenas cogita a ideia, mas Howard leva a sério.

Junte o afetado Howard Beale, que começa a falar verdades incômodas na televisão e a inescrupulosa Diana Christensen (Faye Dunaway), que se entrega de corpo e alma ao trabalho. Com isso você verá o início de um show puramente sensacionalista, feito unicamente com a intenção de ganhar audiência. É perceptível o caráter psicótico de Diana.

À medida que o filme passa, os personagens Max e Diana se cruzam e começam a ter um relacionamento. Graças a isso, conhecemos mais sobre ela, uma mulher incapaz de se relacionar amorosamente com alguém. Além de essencial, esse detalhe explica a razão dela ser tão inescrupulosa no trabalho - é a única coisa que ela sabe fazer. Max serve como um contraste na estória, tentando ensinar Diana a como ser humana.

É necessário destacar a evolução de Howard Beale, que adquire gradativamente uma imagem profética na televisão. Notamos cada vez mais, Beale tornando-se o centro das atenções. Mas tudo começa a piorar quando Beale perde as estribeiras e revela coisas desagradáveis ao público. Sucedendo, a conversa entre ele e Arthur Jensen (Ned Beatty) na sala de conferência moldam uma das melhores cenas do filme. Nela é mostrado um panorama esclarecedor e terrível do cenário mundial dos dias atuais. "O mundo é um colégio de corporações, inexoravelmente determinado pelos regulamentos imutáveis ​​dos negócios. O mundo é um negócio, Sr. Beale". O clímax e a resolução são inacreditáveis, trazendo à tona questões interessantes para serem discutidas. A mensagem final oficializa o tom do filme, nos fazendo pensar sobre o que consumimos, não só na TV, mas em todos os outros veículos de comunicação.

Antes de qualquer coisa, Rede de Intrigas é uma crítica rígida à massificação do público, à ausência de ética na televisão e à mentalidade capitalista e doente dos poderosos que ocupam os bastidores da TV. Para conseguir o que desejam, qualquer coisa vale, não importa o que seja. Vencedor de quatro óscares, incluindo o de Melhor Roteiro Original, Rede de Intrigas ainda permanece atual, pois traz questões que ainda pertencem aos dias de hoje.

NOME ORIGINAL: NETWORK

DIREÇÃO: SIDNEY LUMET

ROTEIRO: PADDY CHAYEFSKY

ANO: 1976

#Filmes

bottom of page