- Matheus P. Oliveira
Crítica: Logan (2017)

Fonte: Imagem Cinema Interativo
Décimo filme da franquia X-Men e o terceiro filme solo do Wolverine, "Logan" encerra a longa caminhada de 17 anos que Hugh Jackman trilhou, interpretando um dos personagens mais icônicos dos filmes de heróis.
Inspirado na série de quadrinhos Velho Logan, de Mark Millar e dirigido por James Mangold, o filme apresenta um Logan (Hugh Jackman) velho, cansado e entregue ao álcool, que trabalha como um chofer. Simultaneamente, é apresentada a misteriosa Laura Kinney (Dafne Keen), uma garota protegida por uma mexicana. O caminho dos dois se cruzam quando é descoberto que Laura está sendo perseguida por uma organização perigosa.
Logan é um filme íntimo e cruel. Íntimo por mostrar constantemente a exaustão de Logan (refiro-me ao personagem) com relação a tudo e todos; Cruel por figurar um ambiente morto e abandonado, personificando a imagem do personagem. Isso inclui a interpretação de Patrick Stewart, que entrega mais uma vez um sábio, porém doente Professor Xavier, agora entregue ao cume da velhice.
O elemento surpresa (não tão surpresa assim devido aos trailers ) é a Laura, que com seu silêncio e brutalidade roubam as sequências de ação, ofuscando até o próprio Logan. Aliás, um detalhe que enfraquece a personagem Laura é quando ela começa a falar, deixando-a, inevitavelmente mais dócil.
Dois pontos importantes a serem destacados são as sequências de ação e a violência gráfica inserida nelas. James Mangold sabe construir a tensão com habilidade, esta que antecipa a pancadaria. Os efeitos sonoros aperfeiçoam o aumento da tensão, atingindo seu clímax com belíssimas e bem coreografadas cenas de ação. Sangue se espalhando por todo o ambiente, corpos desmembrados, cabeças decapitadas. Nunca antes a violência foi tão explícita nos filmes com o Wolverine. De forma exata, há quatro sequências que elucidam a razão da classificação indicativa ter sido modificada.
Por se tratar de uma despedida do ator Hugh Jackman, a ideia era de que o filme mostrasse a solidão como carga primária da estória. Em adição, o Professor Xavier é introduzido no mesmo ambiente que Logan, só que isto traz à tona, novamente, o problema estrutural da franquia. A ausência dos X-Mens é perceptível e o isolamento do Professor Xavier é explicado com um truque de roteiro que cita um certo incidente causado por ele mesmo. Isto nos
leva a crer que Xavier fez algo de ruim contra seus alunos e por isso se afastou deles, exceto de Logan.
Outrora, o problema do roteiro é só um detalhe, podendo ser até ignorado, pois Logan é mostrado como um filme isolado dos anteriores e até mais "pé no chão". Depois de vermos Hugh Jackman por 17 anos interpretando o Wolverine nas telonas, é difícil não sentirmos saudades dele.
Em 2013, James Mangold fez Wolverine Imortal e retornou depois de 4 anos com Logan, entregando uma obra fantástica e que é indiscutivelmente um dos melhores filmes de heróis da década, tanto por suas inovações estéticas, quanto por sua estória. A música de Johnny Cash chegando junto aos créditos, encerra o filme com honra.
DIREÇÃO: JAMES MANGOLD ROTEIRO: MICHAEL GREEN, SCOTT FRANK & JAMES MANGOLD ANO: 2017