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  • Matheus P. Oliveira

Crítica: Fragmentado (2017)


Fonte (Imagem): Comingsoon

 

M. Night Shyamalan já foi considerado o melhor diretor de todos os tempos por seu feito em O Sexto Sentido. Prosseguiu então com Corpo Fechado, outro filme que fez jus ao elogio. Após esses dois, Shyamalan decaiu bastante, manchando sua carreira com duas decepções, O Último Mestre do Ar e Depois da Terra. Fragmentado representa uma guinada em sua carreira e, ao mesmo tempo, um apego a seus maneirismos.

Fragmentado nos mostra Kevin (James McAvoy), um homem que possui 23 personalidades distintas. Ele tem a habilidade de incorporá-las a qualquer momento, apenas com a força da mente. Logo de cara, ele sequestra três meninas em um estacionamento e as leva para um cativeiro.

Antes de mais nada, é necessário exaltar a performance de James McAvoy, oscilante entre as várias personalidades. O detalhe mais notável disso são as mudanças bruscas na fisionomia de McAvoy, diferenciando (sobrancelhas mais acentuadas, sorrisos esboçados com mais frequência). Nunca antes McAvoy teve uma atuação tão versátil quanto a deste filme. A personagem de Anya Taylor-Joy (Casey), é uma das três meninas sequestradas. Logo de início, por suas atitudes, percebemos que ela é mais esperta do grupo. No desenrolar da estória, notamos semelhanças entre ela e o sequestrador.

O incidente que alavanca a estória acontece nos primeiros minutos do filme, sem enrolação. O modo como Kevin lida com as meninas soa de forma fria e imprevisível, de acordo com o personagem. Aliás, é visível o mesmo movimento de câmera do início de Corpo Fechado, servindo como antecipação da tensão. De certo modo, ambos são semelhantes.

A Dra. Fletcher (Betty Buckley), psicóloga de Kevin, tem um papel importante na trama, pois ela faz parte do desenvolvimento que trará a reviravolta (muito comum no trabalho de Shyamalan) à tona. Além disso, ela é alguém à altura de toda a complexidade de Kevin. Consequentemente, cada detalhe da trama de Fragmentado seria um spoiler, pois muitos de seus detalhes são bem específicos e essenciais para um bom proveito do clímax.

Infelizmente, o último ato do filme decepciona, pois se torna muito onírico e exagerado, fugindo totalmente da atmosfera já construída dos dois atos anteriores, tornando-se uma mistura das essências de Resident Evil 4 (o jogo) com Jurassic Park. O diretor resolveu optar por um caminho pretensioso e errôneo, assim tornando a sua conclusão boba, transformando o filme numa simples sequela de um filme anterior de Shyamalan.

Mas em todo caso, apesar de Shyamalan ter errado no terceiro ato do filme, isso não faz com que o seu trabalho seja desmerecido, pois este - incluindo todos o mistério em volta de Kevin e as tensões muito bem construídas - é o melhor trabalho dele desde Corpo Fechado.

NOME ORIGINAL: SPLIT

DIREÇÃO & ROTEIRO: M. NIGHT SHYAMALAN

ANO: 2017

#Críticas #Split #Shyamalan #McAvoy

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