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  • Matheus P. Oliveira

Crítica | Alien: Covenant (2017)


Fonte (Imagem): Screenrant

Direção: Ridley Scott

Roteiro: John Logan e D.W. Harper

Elenco: Michael Fassbender, Katherine Waterston, Billy Crudup, Danni McBride, Demián Bichir e Guy Pearce

Data de Lançamento:

11 de Maio (Brasil)

19 de Maio (EUA)

Nota (⭐⭐ )

 

Ridley Scott é um diretor oscilante, pois de tempo em tempo aparece com filmes ótimos, ruins e genéricos. Um exemplo disso é o excelente 'O Gângster', que sucedeu 'Um Bom Ano', uma medíocre comédia romântica lançada em 2006. Em 2012, Scott entregou 'Prometheus' (prólogo da franquia Alien), um trabalho que é até hoje discutido por sua qualidade duvidosa. Desta vez, com Alien: Covenant, Ridley Scott conseguiu dar uma mudança na franquia reintroduzindo os elementos de horror, que tornaram 'Alien: O Oitavo Passageiro' e 'Aliens: O Resgate' verdadeiros sucessos, mesmo que de forma genérica e meio problemática.

Aliás o que seria dessa franquia sem o horror? Apesar de Alien: Covenant ter muitos problemas, é inegável dizer que em alguns momentos nos pegamos lembrando dos filmes anteriores (o de 1979 e 1986). Além de servir como um up à franquia, é também a sequência de 'Prometheus', responsável por ter deixado lacunas em sua conclusão; Alien: Covenant, por sua vez, as preenche, introduzindo um prólogo entre Peter Weyland (Pearce) e David (Fassbender) - mostrando suas ambições desde o início.

Fassbender interpreta dois androides sintéticos dessa vez, Walter e David: Walter é uma versão melhorada de David - encontrado em outro planeta, como é mostrado em 'Prometheus' (ponto de partida de Alien: Covenant). Nesse filme, a atuação de Fassbender não poderia ser diferente, pois os personagens não permitem uma incrível atuação - não ruim, apenas normal. O que é ruim, na verdade, são as inúmeras citações que David faz, apenas para provar o seu nível de erudição, que acaba se tornando redundante e às vezes chato. (Como ressalva, a cena da flauta é interessante, pois vemos um robô ensinando algo a um outro robô).

A "nova" Ripley aqui se chama Daniels (Waterston), que tem sua trama definida em poucos minutos, tornando tudo mais rápido - um ponto bom. O que vemos e percebemos nesse filme é a tentativa de "ressuscitar" Ripley, sendo uma espécie de "versão 2.0" dela. A verdade é que Daniels é uma personagem normal, com grande potencial para ser esquecida, e não se parece em nada com Ripley (para alguns seria uma heresia tal comparação). O diretor ganharia muito mais se criasse um novo personagem, ao invés de um mero upgrade.

[Aliás tenho uma ressalva sobre o que falei sobre Daniels no parágrafo anterior: existe algo semelhante de Ripley em Daniels, o seu visual (a blusa branca suja, o rifle preso à bandoleira em torno do pescoço) e nada mais].

Nos filmes anteriores, quando os aliens surgiam, ficávamos apreensivos porque apareciam pouco e quando apareciam, era de forma fatal e intimidadora - como demônios. Na época tudo isso era novidade, e a realidade que era transmitindo nos anteriores era diferente, e nos espantava. Hoje em dia, com os excessivos efeitos especiais, todo o processo se tornou banal, e é o que acontece em Alien: Covenant - todas as cenas de ataques são banais e esquecíveis. Toda a apreensão some, e o que fica são sustos - apenas sustos.

Se por um lado a apreensão some, a brutalidade e o grotesco ainda tornam-se presentes, porém de forma problemática. Como nem tudo são rosas, poderíamos aproveitar o grotesco e a brutalidade se pudéssemos vê-las decentemente na tela, pois a câmera treme a todo momento, deixando a cena confusa e caótica, nos dando como panoramas apenas tiros, homens gritando e um banho de sangue. (Aliás, um comentário sobre o CGI: poderia ter sido melhor).

O último ato nos leva literalmente aos Aliens de 1979 e 1986 (perseguição ao xenomorfo, lutas nos corredores escuros e o xenomorfo sendo despejado no espaço). Porém, tudo isso acontece tão rápido quanto um piscar de olhos. Alien: Covenant, como era de se esperar, termina com um gancho para um próximo filme.

E apesar dos acertos de Ridley Scott serem notados nesse trabalho, os que realmente aparecem em evidência são os erros - que são muitos.

#AlienCovenant #RidleyScott #SérieAlien

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