- Matheus P. Oliveira
Crítica | A Maldição da Casa Winchester (2018)

Direção
Michael e Peter Spierig
Roteiro
Tom Vaughan e os irmãos Spierig
Elenco
Helen Mirren, Jason Clarke, Sarah Snook, Angus Sampson, Laura Brent, Tyler Coppin, Emm Wiseman, Finn Scicluna-O'Prey, Xavier Gouault, Brad Arnold, Eamon Farren, Dawayne Jordan, Jeff Lipary, Jeffrey W. Jenkins, John Lobato, Douglas Embry, Homero Lopez, Adam Bowes, Thor Carlsson & Marcus Orelias
Data de Lançamento
1 de Março de 2018 (Brasil)
2 de Fevereiro de 2018 (Exterior)
Nome Original
Winchester
Nota
⭐⭐

É sempre desagradável escrever sobre filmes que não têm muito o que falar nem o que mostrar, pois é quase como espremer uma laranja sem suco - um exercício de futilidade. As palavras saem da mente com um esforço monumental, pois tornam-se presentes não para descreverem o filme em si, mas para simplesmente "encher linguiça" aqui e ali. Assim sendo, para evitar palavras, frases e parágrafos desnecessários, tentarei ser o mais breve possível. Pois bem, vamos lá...
A Maldição da Casa Winchester é baseado em fatos reais, e como o nome do filme revela, trata-se (segundo a lenda) da casa mais assustadora do mundo, cuja herdeira é Sarah Winchester (Mirren), viúva do magnata das armas, William Wirt Winchester. A premissa do filme é a seguinte: Sarah acredita estar sendo atormentada pelos espíritos das vítimas dos rifles criados por sua família e, portanto, quer quebrar esta maldição. Com isso, o psiquiatra Eric Price (Clarke) é chamado para averiguar sua situação psicológica; ver se se trata apenas de uma série de alucinações.
Só que acaba não sendo um problema psicológico nem uma série de alucinações, e sim uma nítida lucidez a respeito da maldição que a casa possui. E como é de se prever, o psiquiatra Price é quem se abala psicologicamente, pois o problema está além de seu alcance. Ou seja, é o típico arco do homem da ciência que é a voz da razão, que se torna uma figura impotente e mais perturbada do que seu paciente. Até aqui... sem novidades.
E por falar em Eric Price, é notável nele uma forte e frequente luta interior, que se resume na afirmação sobre o que é real e fictício (o que ainda não lhe dá a suficiente profundidade para uma obra como essa). Isto, no entanto, cai como uma luva apenas para o filme, pois serve de desculpa para o uso de um elemento narrativo bastante popular nos longas de terror atuais: jumpscare. "Isso vem da minha mente, não é real", Price fala após se assustar com um bicho que surge por acaso em sua frente.
Aliás, algo que talvez seja a única coisa interessante neste filme, é que os irmãos Spierig parecem transformar a casa Winchester numa metáfora para a mente de Eric Price: ela é gigante e confusa (existem portas e espelhos por todo lado) e, portanto, as coisas podem ser interpretadas de forma errada.
Mas nada disso, entretanto, eleva o conceito deste filme. Ao que se parece, nem pretensioso nem interessante ele pretende ser, pois o que nos é mostrado é apenas uma versão cinematográfica da casa Winchester. Em poucas palavras, há um maior fascínio pela arquitetura da mansão do que pelas lendas acerca dela. Ou seja, A Maldição da Casa Winchester é medíocre porque prefere madeiras do que o terror.
Aliás, outra prova de que este é um longa medíocre consiste no fato dele possuir um flashback com informações cruciais da trama, deduzindo que o espectador não lembraria de nada. Agora, já é ciente que a dupla de diretores acha os espectadores burros ou desatentos por terem inserido o flashback, mas o real motivo de terem posto este elemento narrativo possivelmente se encontra na consciência de ambos: eles sabem que o filme é uma porcaria, e possuem a plena consciência de que é chato e nem um pouco assustador. Afinal de contas, de que serve um filme sobre a casa Winchester que não seja assustador? Para nada.
Sobre o Autor:

Matheus P. Oliveira, 6 de Agosto de 1998, co-fundador e editor do Fala Objetiva. Estuda Jornalismo e Cinema - este último de forma autodidata. Ainda sonha em conhecer por completo o rico universo que o Cinema possui. Atualmente tem como inspirações os críticos Roger Ebert e Pablo Villaça e, de forma árdua, tenta unificar ao máximo todas as outras artes em sua mais que amada arte: o Cinema. Quanto ao futuro - não muito distante -, ele pretende dirigir e escrever alguns filmes.
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