- Matheus P. Oliveira
Dica do Dia | O Comboio do Medo (1977)

Em 1953, Henri Georges Clouzot dirigiu o clássico O Salário do Medo, baseado no romance homônimo, escrito por Georges Arnaud.
Passados 24 anos de seu lançamento, um remake então surgiria e se chamaria O Comboio do Medo. Dirigido por William Friedkin (Operação França e O Exorcista), o filme possui a mesma história de seu antecessor: quatro homens designados a dirigir dois caminhões, nos quais se encontram caixas com nitroglicerina (material altamente inflamável), que podem explodir a qualquer momento se se forem balançados.
Desse modo, O Comboio do Medo é uma jornada nua e crua através de locais inóspitos. Os personagens, inseridos nesses lugares, passam por mal bocados, enfrentando Sol e chuva, pontes quebradas e estradas malfeitas. Ou seja: um verdadeiro inferno. Os apreciadores do trabalho de William Friedkin verão nesse filme um prato cheio. Suas técnicas, isto é, seu estilo de filmar e editar, que vão dos sons em crescendo - criadores de uma competente tensão - àquelas tomadas aéreas que expressam paranoia, lembram trabalhos anteriores do diretor, como Operação França e O Exorcista, ambos já comentados. Em suma: O Comboio do Medo é uma essencial obra de entretenimento e, acima de tudo, de estudo cinematográfico (vide, por exemplo, a sequência da ponte na chuva; aquilo, notem, é uma aula de construção de tensão).
O Comboio do Medo (Sorcerer - EUA, 1977). Direção: William Friedkin. Roteiro: Walon Green. Elenco: Roy Scheider, Bruno Cremer, Francisco Rabal, Amidou, Ramon Bieri, Peter Capell, Karl John, Friedrich von Ledebur, Chico Martínez, Joe Spinell, Rosario Almontes, Richard Holley, Anne-Marie Deschodt, Jean-Luc Bideau e Gerard Murphy. Duração: 121 minutos.