- Matheus P. Oliveira
10 Filmes para assistir no Dia dos Namorados
O amor está no ar!
O Cinema, melhor do que qualquer outra arte, captura com precisão e simplicidade os sentimentos humanos. Em filmes de romance, percebê-los é uma tarefa agradável, pois eles geralmente estão ligados ao nascimento e desenvolvimento do amor entre duas pessoas. Dito isso, como homenagem ao Dia dos Namorados, eu separei uma lista com 10 filmes (e uma modesta lista com algumas menções honrosas) que vocês precisam assistir.
Me Chame Pelo Seu Nome (Call Me By Your Name, 2017 - Luca Guadagnino)

Com sutileza e naturalidade, o diretor Luca Guadagnino nos conduz a um dos romances mais belos dos últimos anos. Seu filme, que beira ao sublime, é repleto de uma poesia que não é falada, mas revelada nas entrelinhas, através das nuances de nossos personagens, Elio (Chalamet) e Oliver (Hammer), ambos apaixonados, que aos poucos descobrem um lado de suas personalidades que ainda não conheciam. Mas mais do que sublime e poético, Me Chame Pelo Seu Nome é um filme agridoce, pois nele reside a ardente paixão, mas esta, no entanto, é efêmera como um amor de verão.
Carol (Idem, 2015 - Todd Haynes)

Ao contrário de Me Chame Pelo Seu Nome, que possui um romance sem fronteiras, a ardência da paixão, em Carol, é reforçada e valorizada graças às barreiras e opressões que nossas protagonistas enfrentam, devido à época retratada no filme (os anos 50). No longa de Guadagnino, o amor entre Elio e Oliver não possui barreiras nem limites, pois sua atmosfera evoca a tolerância ao romance homossexual (todos os personagens são tolerantes, inclusive os pais de Elio). Já em Carol, o romance entre Carol (Blanchett) e Therese (Mara) é oculto pela maioria, é algo proibido, e isto, no entanto, só as torna ainda mais apaixonadas. Aliás, a direção formalista de Todd Haynes tem êxito em reforçar estes obstáculos, pois é possível notar a fria estética que ronda a maioria das cenas do longa, exceto, porém, quando Carol e Therese estão juntas e felizes.
Encontros e Desencontros (Lost in Translation, 2003 - Sofia Coppola)

Talvez este seja o filme que melhor representa o amor como uma espécie de "válvula de escape". Nele, as pessoas não se pertencem e não pertencem ao local que estão (Tóquio no caso), e os relacionamentos amorosos terminam e somem na eternidade, com um sussurro no ouvido. Encontros e Desencontros, dirigido por Sofia Coppola, constrói um romance entre duas pessoas, Charlotte (Johansson) e Bob Harris (Murray), que estão infelizes com seus relacionamentos, e por isso depositam todas as suas infelicidades e frustrações num romance que já sabemos ser passageiro. É um belo filme, e quem sabe a obra-prima de Sofia Coppola.
Casablanca (Idem, 1942 - Michael Curtiz)

Descrito como o filme mais romântico da história do Cinema, Casablanca é assim reconhecido não apenas por suas falas memoráveis ('Nós sempre teremos Paris' e 'De todos os bares do mundo ela tinha que vir justo para o meu'), mas sim pela mistura de gêneros que nele há e pelo peso dramático de sua narrativa, que possui como seu cerne o dilema que Rick (Bogart), um dirigente de um bar, precisa enfrentar para abdicar ao amor de sua vida, Ilsa Lund, interpretada pela angelical Ingrid Bergman. Ilsa e Rick, no passado, tiveram um relacionamento, mas Ilsa lhe decepcionou. Casablanca, então, mostra o melancólico reencontro desses dois, e desta vez, por motivos maiores, Rick é que precisará renunciá-la. Dirigido por Michael Curtiz, o filme possui uma direção que reforça a química entre Humphrey Bogart e Ingrid Bergman. Mais do que um simples filme de romance, Casablanca é um filme com tramas políticas, e isto, claramente, é uma mensagem para a vida de Rick e Ilsa: há algo mais importante do que o romance deles.
Digam o Que Quiserem (Say Anything..., 1989 - Cameron Crowe)

Dirigido por Cameron Crowe, Digam o Que Quiserem é uma comédia romântica quase utópica, mas nem por isso é boba, infantil ou banal. Ela, na verdade, graças ao seu vigor e à direção jovial de Crowe, se transforma em algo inspirador e de imenso valor. John Cusack nunca esteve tão encantador.
Embriagados de Amor (Punch-Drunk Love, 2002 - Paul Thomas Anderson)

Para muitos, neste filme se encontra a melhor atuação da carreira de Adam Sandler. Para outros, uma das mais versáteis comédias românticas dos anos 2000. Escrito e dirigido por Paul Thomas Anderson, Embriagados de Amor tem esta denominação pelo fato de P.T. Anderson não dirigir comédias românticas - esta, inclusive, é sua única. A agilidade de Paul Thomas Anderson para construir ritmo, comicidade e química entre os personagens é absolutamente fantástica. As situações nele inseridas são imprevisíveis e as nuances dos protagonistas, Barry (Sandler) e Lena (Watson), completamente plausíveis. Falta em outros filmes desse gênero, a mesma energia e o mesmo vigor de Embriagados de Amor.
Manhattan (Idem, 1979 - Woody Allen)

Woody Allen é apaixonado por Nova York, e a sua fixação por histórias de amor é mais que evidente. A fotografia de Manhattan, em P & B, captura a cidade de Nova York com admiração e nostalgia, reforçando assim o encanto que é acompanhar uma história de amor sendo contada, e em matéria de contar histórias, sabemos que Allen é um mestre. Com uma trama que remete à Sonhos de Uma Noite de Verão, de Shakespeare, Manhattan parece também possuir um cupido meio confuso, que não sabe manusear muito bem o seu arco e as suas flechas. Dessa maneira, a confusão de sentimentos aqui se faz necessária, e é nisso que consiste o valor deste filme. Tudo nele é muito humano, muito falho; os sentimentos surgem nos personagens de forma natural, como na vida real. E apesar do romance central entre Isaac (Allen) e Tracy (Hemingway) ser ousado e polêmico, Manhattan é um filme hilário, maravilhoso e verdadeiro.
Amor à Flor da Pele (Fa Yeung Nin Wa, 2000 - Wong Kar-Wai)

Poucos filmes asiáticos se sustentam apenas com o silêncio e o olhar dos personagens, pois nos atores asiáticos, a falta de expressão facial é evidente. Dito isso, Amor à Flor da Pele é uma das exceções, e Wong Kar-Wai é o mestre por trás dessa proeza. Com uma direção que preza a particularidade dos amantes Chow Mo-wan (Chiu-Wai) e Su Li-zhen (Cheung), Kar-Wai mostra a contemplação deles através de seus olhares, que denota claramente paixão e desejo. O filme começa com os dois sendo apenas amigos, pois eles descobrem que seus devidos parceiros estão tendo casos extraconjugais. Assim, nesse tipo de narrativa, é interessante notar como cresce o amor entre os dois, que frustrados, ficam cada vez mais dependentes um do outro.
Se Meu Apartamento Falasse (The Apartment, 1960 - Billy Wilder)

Pérola de Billy Wilder e marco na carreira de Shirley MacLaine e Jack Lemmon, Se Meu Apartamento Falasse é um desses tesouros cinematográficos que nunca perdem o brilho. Absolutamente genial, bem escrito e bem dirigido, pouco se pode falar a respeito desse filme, pois poucas palavras estragariam a experiência. Uma dica: assistam a esta obra-prima sem saber de nada.
Aconteceu Naquela Noite (It Happened One Night, 1934 - Frank Capra)

Considerado a mãe das comédias românticas, o aclamado Aconteceu Naquele Noite demonstra a vitalidade e o entusiasmo do diretor Frank Capra com histórias alegres, românticas e inocentes. A química entre os atores Clark Gable e Claudette Colbert é fascinante, e fez história. Aconteceu Naquela Noite foi o primeiro filme a conquistar as cinco categorias mais importantes do óscar (Filme, Diretor, Ator, Atriz e Roteiro).
MENÇÕES HONROSAS:
Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Annie Hall, 1977)
Cais das Sombras (Le Quai des Brumes, 1938)
O Paciente Inglês (The English Patient, 1996)
Amores Expressos (Chung Hing Sam Lam, 1994)
Despedida em Las Vegas (Leaving Las Vegas, 1995)
Quatro Casamentos e um Funeral (Four Weddings and a Funeral, 1994)
Desencanto (Brief Encounter, 1945)
As Pontes de Madison (The Bridges of Madison County, 1995)
Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's, 1961)
Sobre o Autor:
Matheus P. Oliveira, 6 de Agosto de 1998, co-fundador e editor do Fala Objetiva. Estuda Jornalismo e Cinema - este último de forma autodidata. Ainda sonha em conhecer por completo o rico universo que o Cinema possui. Atualmente tem como inspirações os críticos Roger Ebert, Pauline Kael e Luiz Carlos Merten e, de forma árdua, tenta unificar ao máximo todas as outras artes em sua mais que amada arte: o Cinema. Quanto ao futuro - não muito distante -, ele pretende dirigir e escrever alguns filmes.
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