- Leandro de Sousa
Crítica | Homem-Aranha: Longe de Casa (2019)

Direção
Jon Watts
Roteiro
Chris McKenna & Erik Sommers
Elenco
Tom Holland, Samuel L. Jackson, Jake Gyllenhaal, Marisa Tomei, Jon Favreau, Zendaya, Jacob Batalon, Tony Revolori, Angourie Rice, Remy Hii, Martin Starr, J.B. Smoove, Jorge Lendeborg Jr., Cobie Smulders, Numan Acar, Dawn Michelle King, Zach Barack, Zoha Rahman, Yasmin Mwanza, Joshua Sinclair-Evans, Giada Benedetti, Tyler Luke Cunningham, Sebastian Viveros, Toni Garrn, Peter Billingsley, Clare Dunne, Nicholas Gleaves, Claire Rushbrook e J.K. Simmons.
Data de Lançamento
04 de Julho de 2019 (Brasil)
05 de Novembro de 2018 (Exterior)
Nome Original
Spider-Man: Far from Home
Nota
⭐⭐⭐

Crítica | Homem-Aranha: Longe de Casa (2019)
Se tivesse que empregar um adjetivo à Homem-Aranha: Longe de Casa, eu o chamaria de "simples". Isso porque a trama gira em torno de tudo o que presenciamos anteriormente nos filmes do próprio teioso e no universo Marvel em si - desta forma, “simples” se torna um eufemismo para repetitivo. Contudo, é fato que repetir a fórmula dá certo de um ponto de vista financeiro, além de ser mais seguro, sendo assim, o novo longa de Peter Parker (Holland) nos mostra a evolução do herói que agora precisa lidar com a fama de amigo da vizinhança, mas acima de tudo com os seus sentimentos em relação a sua colega de classe MJ (Zendaya) e com a ausência de Tony que (SPOILER!) morreu em Vingadores: Ultimato.
Mas sim, é tudo simples e fácil de digerir, com um vilão que só seria novidade se todos os outros anteriores não tivessem existido – aliás, é preciso destacar que Tony deixou um legado imenso nesse mundo, e parte dele é uma quantia generosa de gente p*ta da vida com ele, que agora quer descontar naqueles que ele gostaria de proteger, sendo Peter uma dessas pessoas. Apesar disso, é sempre prazeroso ver Gyllenhal atuando, tendo capacidade de empregar múltiplas facetas ao seu vilão, para aqueles que desconhecem as origens de Mysterio, é possível ser enganado até metade do filme – e digo isso com segurança, já que minha companhia durante o longa foi pega de surpresa.
Aliás, “enganar”, eis um verbo interessante para se empregar nesse longa, já que a confusão na cabeça de Peter provocada pela sua imaturidade é amplamente explorada por Quentin, afinal, ele é um vilão que utiliza de várias ilusões para enganar o herói, e não só a ele, como a Nick Fury (Jackson), que volta a ganhar destaque depois de ficar um tempo apagado do MCU, apenas com participações pontuais, trazendo consigo a maturidade e seriedade que Peter precisa encarar se quiser ser o substituto de Tony Stark. Fury em Longe de Casa desempenha o papel de Tony no primeiro longa, sendo que, ao passo que é aquele que dá os recursos necessários para as ações heróicas de Peter, também puxa as orelhas do rapaz quando necessário.
Ainda assim é notável a falta de tato do longa ao procurar obstáculos para o aranha quando está fora do traje, pois somos obrigados a acompanhar o jovem por uma viagem pela Europa que só serve para justificar o subtítulo do filme. Com subtramas bobas como o namoro sem sentido de Ned (Batalon) com Betty (Rice), uma colega de classe que ele mal conhecera no avião; e também a competição entre Peter e Brad (Hii) pela atenção de MJ, tal competição já tinha Peter como vencedor já que a garota há muito parecia interessada nele, sendo apenas mais um artifício para nos distrair durante as cenas “paradas” e tentar acentuar a imaturidade do garoto (como aquele momento no qual ele quase mata Brad com a tecnologia que herdara de Stark, em um cena com uma câmera lenta digna de um framboesa).
Aliás, é preciso dizer que, apesar de ter uma tecnologia superior às dos filmes de Sam Raimi e até mesmo às dos dois longas de Marc Webb, essa nova saga do aranha ainda parece não conseguir nos manter no longa durante os momentos onde os efeitos visuais reinam na tela. Fica nítido em cenas como quando Peter cai na armadilha de Mysterio, em Berlim, que ele é um boneco de computador, e parece ser até injusto dizer isso mas pense e, se possível, reveja cenas como aquela do trem em Homem-Aranha 2, onde toda a ação naquele momento parece um pouco mais palpável do que diversos momentos de ação nesse novo longa.
Homem-Aranha: Longe de Casa em nenhum momento parece querer ser mais do que é. Nessa nova saga acompanhamos mais de perto o crescimento do herói, mas infelizmente alguns conflitos como a morte dos pais dele e a do Tio Ben são totalmente esquecidos, tornando esse filme nada mais do que uma espécie de Coming-to-Age. Dessa forma, Longe de Casa será lembrado daqui a alguns anos de forma simples, como o adjetivo essencial que se deve empregar a ele.
Sobre o Autor:

Leandro A. de Sousa, 18 de Maio de 1998, co-fundador e editor do Fala Objetiva. Ama estudar o Cinema em todos os seus aspectos. Sabe que ainda tem muito o que aprender, tanto no que diz respeito à Sétima Arte quanto à escrita, tendo como principal inspiração nessas áreas o grande Roger Ebert. Aspirante a Crítico e Diretor/Roteirista de filmes de baixo orçamento (perceba como ele tem vontade de passar fome). Ama o que faz, mesmo que ninguém partilhe desse amor.
Twitter: _leandro_sa
Instagram: leandro.as
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